Ao impedir vista aos documentos, os atuais dirigentes do Conselho rompem com uma tradição de 25 anos do clube e, ao que parece, tentam mais mais uma vez dar contornos políticos a um processo técnico e financeiro, que exige análise criteriosa por parte dos conselheiros. Sempre entendemos dessa forma e, durante todo o tempo em que estivemos à frente do Santos FC, sempre demos total transparência a esse processo, colocando à disposição de todos os conselheiros todas as informações necessárias, nos prazos e condições para que os mesmos pudessem conhecer em detalhes os números de nossa gestão.
A publicação de editais controversos não deixam dúvidas sobre as intenções ardilosas que motivaram a proibição na verificação completa dos documentos (confira os editais abaixo no post). Pois então, como explicar a contradição contida nas publicações dos dois editais convocatórios (um no dia 18 e outro no dia 22), em princípio mantendo a tradição de acesso à documentação, depois revogando esse direito, sob a premissa de que o parecer da Comissão Fiscal somente seria conhecido por meio de "recursos audivisuais" no momento em que deverá ser votado.
Constrangimento maior se deu a partir da publicação do primeiro edital, quando diversos conselheiros se dirigiram à sede do Conselho buscando acesso aos três documentos e, lá chegando, foram surpreendidos com a ausência do parecer da comissão fiscal, sem qualquer explicação plausível. Tal foi a indignação, que alguns destes representantes de nosso quadro associativo recorreram à Justiça para fazer jus a um direito que sempre lhes pertenceu. Já o segundo edital, que salienta que o parecer da Comissão Fiscal somente será apresentado na hora da votação, deixa clara a real intenção de reduzir o tempo para uma observação minuciosa dos documentos apresentados , negando aos conselheiros o livre direito de tomarem a decisão de voto de forma equilibrada e criteriosa. Isso, por certo, não condiz com o discurso de transparência apregoado pela atual gestão.
Por informações que nos chegam, originadas no seio de parte dos próprios atuais dirigentes, o parecer da Comissão Fiscal, que deve se limitar às análises contábeis, vai ao confronto com o parecer da Auditoria Independente, que recomenda a aprovação das contas de 2009. Vale ressaltar que a Comissão Fiscal foi composta de forma política, enquanto a Auditoria Independente reúne membros capacitados, com expertise de mercado, devidamente certificados no Conselho Federal de Contabilidade. Já a Comissão Fiscal conta apenas com um contador, o restante de seus membros são profissionais com outras atuações e sem o conhecimento técnico necessário para fazerem uma análise fiel de números financeiros.
Segundo informações passadas pela própria Comissão Fiscal, seus membros foram indicados a partir de 15 de janeiro deste exercício, não sendo possível acompanhar mensalmente a apresentação dos documentos contábeis, não tendo tempo suficiente para dar um parecer correto e honesto sobre o exercício de 2009. Como eles podem recomendar a não aprovação se reconhecem que não tiveram tempo para analisar com critérios o balanço? A Comissão Fiscal anterior analisou desde Janeiro até 31 de outubro de 2009 todas as contas e não apontou nenhuma irregularidade, assim como a Auditoria Independente. As contas e os números do balanço estão corretos e na mais perfeita ordem, conciliando com todos os documentos do Clube, conforme comprova o parecer da Auditoria Independente.
Se a Comissão Fiscal aponta algumas dúvidas sobre fatos administrativos da Diretoria, por quê seus membros não chamaram os responsáveis para os devidos esclarecimentos? Por quê nem foi dado o direito de defesa dos integrantes da Diretoria, antes da finalização do atual parecer político da Comissão Fiscal? Por inúmeras vezes, os diretores anteriores se colocaram a disposição para dirimir qualquer possível dúvida, colaborando com a atual gestão reconhecendo o tempo limitado e apropriado para as reais conclusões.
A administração anterior permaneceu no Clube desde Janeiro de 2000 e teve todos os seus balanços auditados por empresas especializadas independentes, publicados em jornais de grande circulação desde 2001, e aprovados pelo Egrégio Conselho Deliberativo, todos eles referências de seriedade e transparência para todos os clubes e instituições do País.
A atual diretoria herdou todos os jovens atletas oriundos dos investimentos das Divisões de Base, que encantam o futebol brasileiro e serão fontes de lucros em prováveis futuras negociações. Caso os ex-dirigentes quisessem transformar o Balanço Patrimonial em números positivos, venderíamos um dos Meninos da Vila para equilibrar as contas e fechar em azul o Balanço de 2009. Contudo, o mais importante foi e continua sendo manter estes pratas-da-casa que formam este maravilhoso plantel do Santos FC, formado nas categorias de base da gestão anterior.
O que mudou da eleição para cá? Afinal de contas, quais segredos podem conter um parecer dos atuais membros da comissão fiscal a não ser o propósito político de tentar desvalorizar nosso vitorioso trabalho, uma vez que eles contrariam o parecer favorável da auditoria independente - esta sim composta por profissionais capacitados para realizar uma avaliação técnica desprovida de intenções políticas.
Ao alterar conceitos numéricos e induzir a falsos entendimentos, a atual gestão insistentemente tenta induzir a erro e manchar uma administração competente e honesta, cujos resultados estão à vista de todos e no grande patrimônio legado.
Esperamos que, nesta quinta-feira (25), os conselheiros compareçam ao egrégio Conselho Deliberativo, votem com responsabilidade e conscientes, sem revanchismos ou rancores políticos, pois as eleições terminaram e o Santos FC deve prosseguir em sua normalidade e paz, na verdade e pela justiça.
Saudações a todos!
Marcelo Teixeira
EDITAL PUBLICADO NO JORNAL A TRIBUNA NO DIA 18
EDITAL PUBLICADO NO JORNAL A TRIBUNA NO DIA 22
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