quinta-feira, 13 de maio de 2010

Esclarecimentos quanto a ação contra o Santos FC

Com objetivo de evitar novas especulações e a propagação de informações distorcidas na mídia sobre a situação financeira do Santos Futebol Clube no transcurso da minha gestão, gostaria de tornar público, em respeito aos associados e à comunidade santista, que fui obrigado a ingressar na Justiça visando recuperar valores por mim avalisados ao Clube, da ordem de R$ 15 milhões, executados pelo Banco Safra e descontados de minha conta-corrente.

Isso ocorreu em razão da postura da atual diretoria em não resolver pendências bancárias por mim avalizadas. O inadimplemento dessas obrigações e a negativa em acordar novas sistemáticas de pagamento, acarretaram em prejuízo direto, em uma demonstração inequívoca de desrespeito ao processo de transição administrativa.

Sempre apoiei iniciativas que visam engrandecer nosso time do coração. Esse apoio também se deu no campo financeiro. Ressalte-se, porém, que todos os compromissos assumidos por minha gestão não foram atos de inconsequência ou simples vontade própria.

Eles foram realizados com a anuência do egrégio Conselho Deliberativo e feitos com base nos lastros de garantia existentes no clube, quer no tocante ao patrimônio físico construído por meio dos investimentos contínuos, quer pelo elenco de atletas mantido para assegurar participação qualitativa do Santos FC nas competições das quais disputou com sucesso.

Se houvesse necessidade, e fosse essa a finalidade, a negociação de atletas a outras agremiações, especialmente as do exterior, teria garantido ao clube a liquidação total dos empréstimos contraídos junto aos bancos.

Hoje, porém, tenho a certeza de que o sacrifício para a manutenção dos meninos na Vila resultou numa decisão feliz e acertada, haja visto o orgulho e as alegrias que sentimos com recentes conquistas dentro de campo.

Optei, portanto, em assegurar um bom desempenho desportivo do time ao invés de se buscar somente saldos financeiros. A captação de empréstimos bancários não é um privilégio apenas do Santos FC, mas sim de quase todos os clubes brasileiros e de grandes clubes mundiais que, apesar disso, continuam conquistando títulos, estes sim o principal ativo que um clube pode ter.

Não há dúvida que, ao não reconhecer os compromissos assumidos pelo clube durante a minha gestão, a atual diretoria adota postura antiprofissional e revanchista, que não condiz com as tradições democráticas alvinegras. Há de se recordar que, ao assumir o clube em 2000, cumpri integralmente os compromissos deixados pela gestão que sucedi, realizando à época novos investimentos para a montagem de um time à altura da grandeza do clube.

Por isso, lamento que essa postura intransigente da atual diretoria leve, nesse momento, a adoção de medidas judiciais. Sempre mantive-me abertos às conversações para resolver a questão, com boa vontade e boa-fé, alicerçado no amor pelo clube. Já na atual gestão, participei diretamente das negociações com outros bancos para o refinanciamento de empréstimos e não me furtei em avalizar novamente compromissos assumidos pelo clube, como ocorreu nos contratos refeitos com o Banco Itaú e o BIC, no mês passado.

Estive e sempre estarei aberto ao diálogo, mesmo diante da grande campanha encetada por alguns para me desclassificar, lançando meu nome ao público de maneira totalmente negativa, visando desconstruir o trabalho vitorioso que realizei em uma década à frente de nosso glorioso clube. Da outra parte, porém, nunca foi demonstrada a vontade de honrar esses compromissos, me obrigando às medidas que ora fui impelido a adotar, por enquanto.

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