segunda-feira, 12 de abril de 2010

Carta Aberta aos Conselheiros, associados e torcedores do Santos FC, e público em geral

Prezados CONSELHEIROS:

O dia de hoje definirá os caminhos a serem percorridos pelo Clube agora e no futuro. Na condição de Conselheiro, nos termos do Estatuto Social, a responsabilidade em avaliar as contas relativas ao ano de 2009 deve ser muito mais relevante do que simplesmente voltar-se a atos de um passado recente. As consequências para o Santos FC advirão imediatamente.

Para tanto, solicito sua sincera reflexão quanto às informações prestadas, quanto as nossas palavras, no sentido de cumprir sua missão de maneira perfeitamente ajustada, a partir de análises técnicas e jamais emotivas ou mesmo passionais. As contas de uma gestão não devem ser julgadas politicamente, mas tecnicamente, isentas de paixão e preferências eleitorais.

Tenho, depois de encerrado o pleito eleitoral, superado as diferenças políticas inerentes ao processo sucessório, dedicando todos os esforços possíveis no sentido da manutenção da grandeza do Santos FC.

É importante ressaltar: após a posse dos atuais dirigentes, a pedido e em conjunto com os mesmos, de maneira consciente, leal e em harmonia ao princípio de que o Santos FC sempre está e estará acima de quaisquer interesses pessoais ou momentos políticos, participei ativamente do processo que permitiu a renegociação do passivo financeiro do Clube, inclusive fornecendo garantias pessoais (avais) que permitiram ao Santos FC equacionar pendências financeiras, alongando os prazos dos financiamentos em condições extremamente favoráveis.

O desprendimento que caracteriza a participação da minha Família na história do Santos Futebol Clube não esmoreceu, nem mesmo quando o Banco Safra executou seu crédito de R$ 13 milhões pela falta de empenho para a solução do problema, já na época da atual administração, cujas consequências recaíram exclusivamente sobre mim.

Mesmo após isso, continuei contribuindo com a atual administração, oferecendo novos avais e garantias e não exercendo legítimos direitos, que, naquele momento, poderiam comprometer a governabilidade do Clube.

É inegável a brutal transformação do Alvinegro nos últimos anos. Quem não tem orgulho dos Centros de Treinamento, do Estádio da Vila Belmiro, do Memorial das Conquistas, da valorização da marca Santos FC e sobretudo da capacidade de forjar gerações e mais gerações de atletas de qualidade? Quem não tem orgulho dos títulos conquistados (Vice-paulista em 2000; Campeão Brasileiro em 2002; Vice-Campeão Brasileiro e da Libertadores em 2003; Campeão Brasileiro em 2004; Bi-Campeão Paulista em 2006 e 2007; Vice-Campeão Brasileiro em 2007, e Vice-Campeão Paulista em 2009)? Quem não tem orgulho dos atuais Meninos da Vila, que estão encantando o mundo? Eles não foram revelados e permaneceram no Alvinegro por obra do acaso, mas sim fruto de muito trabalho, dedicação e investimentos contínuos na estrutura de base.

Prezados Conselheiros,

Um julgamento justo deve ser feito a partir de uma criteriosa análise técnica, a partir de uma comparação patrimonial, considerando sua evolução nos últimos dez anos e a sua capacidade de fazer, facilmente, frente ao passivo do Clube.
Nunca deixei de esclarecer quaisquer dúvidas lançadas em face da minha gestão. Entretanto, foi por meio da imprensa que tomei conhecimento de que existiam questionamentos sobre minha administração, o que sem dúvida tem o condão de ilustrar, lamentavelmente, o incrível viés político que foi dado ao presente processo de deliberação sobre as contas de 2009.
Prezados senhores,

É fundamental fazer esta ponderação: são as contas do Santos Futebol Clube que devem ser o objeto da análise de suas consciências. Nos termos do Estatuto Social, prestamos todas as informações necessárias, que certamente lançam LUZ e esclarecem os pontos, para trazer à tona a mais absoluta VERDADE.
Cabe resgistrar para que fique gravado na memória de todos: existem pessoas que alimentam a discórdia. Não têm passado de construção e de trabalho prestados ao Santos FC. Ao contrário, estão sempre interessados em atacar ex-administrações, porque colocam seus interesses pessoais em primeiro plano e, não sendo atendidos, viram oposição. Num momento como esse, querem vingança e retaliações. Não se dedicam à PAZ. Serão os mesmos que no futuro atacarão e prejudicarão a atual e futuras administrações do clube que amamos, assim como fizeram com os eternos presidentes Athié Jorge Coury, Modesto Roma, dentre outros ilustres e vitoriosos dirigentes que construíram capítulos de glórias para o nosso clube.
E, bem por isso, não admitirei acusações levianas e oportunistas, que ao final de tudo, mais do que atingir individualidades, acabarão trazendo maior prejuízo ao próprio Santos FC.

Confio que a decisão de logo mais se pautará pelo melhor ao Santos FC, a partir de uma análise técnica, desprendida de quaisquer sentimentos que não sejam aqueles que devem nortear o presente momento. Confio na independência de cada Conselheiro, que soberana e sabiamente, com as sinceridades de seu coração e mente, há de diferenciar aquilo que verdadeiramente é importante para o futuro do Clube.

Santos, 12 de abril de 2010.

Marcelo Pirilo Teixeira

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