sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Pedi direito de resposta ao Jornal A Tribuna

Confira abaixo o direito de resposta que solicitei ao Jornal A Tribuna diante da matéria publicada hoje.

Ao Jornal A TRIBUNA de Santos
A/C- Jornalista Carlos Conde
Editor-Chefe

Prezado Senhor:
Venho, através desta, solicitar "Direito de Resposta" à matéria publicada na página B-8, com chamada na primeira página deste conceituado Jornal, da edição do dia 19 de novembro de 2010, com o título "R$71 Milhões em dívida. Esse clube foi o clube que recebi de Marcelo", afim de restabelecer a verdade dos fatos.

Solicito que seja dado ao texto abaixo o mesmo espaço e destaque editorial.

Contando com a sua costumeira atenção, desde já agradeço.

Atenciosamente,Marcelo Teixeira

“Ao invés de difamar, é hora de descer do palanque e trabalhar”

A edição de 19/11/2010 do Jornal A Tribuna traz reportagem com o presidente do Santos FC abordando fatos inverídicos do clube. Como ex-presidente citado na referida matéria, tenho o dever de esclarecer ao associado e ao torcedor santista a verdade dos fatos. Tenho feito isso nos últimos onze meses, diante da sistemática campanha de difamação que venho sofrendo por parte da diretoria atual do clube de meu coração, na firme tentativa de afetar minha honra e minha moral. Diziam que a divida deixada era de R$ 177 milhões, agora informam que ela é de R$ 71 milhões, deixando uma certeza: estão manipulando números para ludibriar a realidade dos fatos.

As condições que deixamos no clube foram extremamente favoráveis. O atual presidente quer transparecer na entrevista que aguardou 11 meses para desabafar e esclarecer os pontos levantados neste jornal. A realidade e a verdade para os leitores e associados que acompanham o noticiário e a vida diária do Clube é que estes assuntos, cansativos e repetitivos, são os mesmos de sempre, alterando apenas o período de suas publicações. Não há nenhuma novidade apresentada que justifique tais depoimentos.

Está na hora do atual presidente assumir as responsabilidades inerentes ao cargo, descer do palanque eleitoral e trabalhar pelo clube.

O que está se criando, na verdade, é uma cortina de fumaça visando esconder os graves problemas que marcam a atual gestão e que não têm encontrado a pronta resposta. Criam factóides e requentam notícias nos piores momentos, como se quisessem esconder, por exemplo, a má fase do time neste Brasileiro, em parte devido à falta de comando na hierarquia do Clube, que resultou na saída do competente técnico Dorival Júnior, perdendo a grande oportunidade na conquista do tricampeonato brasileiro.

Entre as tantas promessas não cumpridas pela atual gestão está a de transparência absoluta das contas. Quem pagou, afinal, o salário de mais de um milhão de reais de Robinho? Foi o clube? Se não foi, porque a diretoria não divulga o nome dos empresários que fizeram o pagamento dos salários sem qualquer outro interesse. Tamanho amor ao clube deveria ter rendido a eles sinceras homenagens e não sua manutenção no anonimato. O clube está bancando sozinho o salário de R$ 500 mil de Neymar? Caso haja alguma parceria, qual o interesse dos parceiros no caso? Quem são eles? Por que tratar diferentemente a renovação de Paulo Henrique e deixá-lo descontente na fase de recuperação de grave contusão?

É curioso que esta entrevista tenha sido publicada dois dias depois que o craque Neymar disse à imprensa italiana que pode deixar o clube em janeiro. Coincidência ou não, pode o presidente estar procurando um culpado para uma eventual saída do atleta. Só que, ao contrário do que aconteceu no passado, a venda de Neymar só depende da vontade do clube, uma vez que a recente negociação, aumentando o salário para cerca de R$ 500 mil mensais, mantém o atleta vinculado, como mesmo reconheceu o empresário Wagner Ribeiro em entrevista ao Jornal A Tribuna.

Jóias fatiadas
Criticam a parceria que fizemos com a DIS. Talvez não saibam que todos os clubes no Brasil, que assim como o Santos são apontados como modelos e exemplos nos trabalhos de Base (como Internacional, Atlético Paranaense e Cruzeiro), utilizam estes procedimentos para revelar e conservar seus craques.

Inteligentemente, usamos muito bem a Legislação Esportiva. Foi assim com a geração de 2002 e com a de 2010, quando conseguimos segurar os atletas evitando sua saída precoce do Santos, renovando seus contratos para elevar a multa.

Mantivemos sempre os maiores percentuais nos direitos econômicos em poder do clube para ele vender quando, como e por quanto à diretoria quiser. Foi assim atualmente com as vendas do Wesley e André, quando a diretoria atual estipulou um valor mínimo para a liberação dos atletas e as agremiações interessadas e parceiros aceitaram as condições impostas.

Entendo precoces estas vendas, e considero os valores obtidos irrisórios, principalmente o André, que deveria permanecer, no mínimo, para as disputas do Brasileiro deste ano e da Libertadores de 2011. Pelas nossas previsões, os atletas revelados nesta geração deveriam ser melhor valorizados e o Clube alcançado cifras condizentes com os investimentos e pelo que valem no mercado. Foram péssimas negociações e os responsáveis por estas transações deverão responder e justificar porque aceitaram tão facilmente estas propostas.

Fatiar os direitos econômicos é o que a atual administração vem fazendo, contratando jovens jogadores de outras equipes do Brasil, inclusive do exterior, de baixa qualidade técnica, obtendo apenas 15% de seus direitos econômicos, como Possebon, Zezinho, Rodriguinho, Alex Sandro, entre outros. Temos jogadores da Base muito superiores e com excelentes níveis, criados e formados por nossa equipe de trabalho, cujos percentuais estão bem acima e pertencem ao Clube, podendo render melhores resultados em futuras transações.

Vender as jóias
É mentirosa a afirmação de que tentei vender os atletas PH Ganso e Neymar após o pleito eleitoral do clube. Nossa administração sempre lutou para manter nossos atletas o maior período possível no clube. Prova disso que Diego, Robinho, Elano e outros, graças ao nosso esforço, permaneceram no clube de 2001 a 2005.

Logo após o pleito, esse boato circulou na imprensa e de imediato publiquei nota no site oficial do clube desmentindo qualquer chance disso ocorrer.

Onde estão os R$ 40 milhões do fundo de investimentos que resolveriam todos os problemas do clube, evitando, inclusive, vendas precoces de jogadores como Wesley e André por irrisórias quantias para o mercado internacional? E as ações de marketing e seus resultados obtidos com a exploração da fantástica e jovem equipe de futebol profissional, herdada de nossa gestão?

Alívio?De forma leviana e imprudente, o atual presidente tenta, mais uma vez, associar a Universidade Santa Cecília aos débitos do clube com a família Teixeira, por pura maldade ou desinformação. O Santos FC não possui nenhuma dívida com a Universidade Santa Cecília.

Meu amor e de minha família pelo Santos FC sempre foi muito grande e em alguns momentos da história do clube estivemos lá para colaborar. Em nenhum instante pressionamos o Santos a pagar de imediato qualquer valor. Prova disso é que, já na atual gestão, foram renovados compromissos bancários do clube graças ao aval dado por mim. Minha presença como avalista foi necessária dada à recusa dos atuais dirigentes que alegaram não terem lastro e aprovação de seus familiares para avalizar tais documentos, já sob a responsabilidade da atual gestão. Por que os empresários que apóiam essa diretoria não foram avalistas dessas transações?

Rejeição das contas
Sem sombra de dúvidas, ficou claro que a rejeição das contas de 2009 foi feita de forma política, com firme propósito de prejudicar a minha imagem e denegrir todo o trabalho que fizemos no Santos no período em que reestruturamos a agremiação. Nunca condicionei o parcelamento dos débitos com a aprovação dos números financeiros de 2009, como ele afirmou. Nunca faria esse tipo de chantagem com o Santos FC.

Tenho absoluta certeza da lisura dos números financeiros do clube em 2009. A confiança é tanta nesta questão que, de forma inédita no futebol, procuramos a Justiça para aprovar esses números, buscando a verdade dos fatos.

É admirável que o atual presidente demonstre tanta preocupação com as minhas contas e não cumpra sua promessa de campanha de publicar trimestralmente os números de sua gestão.

Na Justiça?
Tentei por diversas vezes conversar com a atual direção, criando grupos técnicos de entendimento, visando fechar um acordo de equacionamento das pendências da melhor forma possível para o Santos FC. Apenas recorri à Justiça diante da má fé e da intransigência no trato desta questão por parte da atual gestão.

Por que enganar o torcedor com a informação de que o ex-presidente Marcelo Teixeira penhorou a Vila Belmiro e o CT Meninos da Vila se foi justamente o contrário: a atual diretoria foi quem ofereceu, na Justiça, os bens à penhora, sendo intransigentes e irredutíveis em todos os momentos em que tentei os entendimentos para um acordo que beneficiasse principalmente o Clube?

A penhora de bens e bloqueio de contas não foram deliberações minhas, mas decisões judiciais que não seriam necessárias se a diretoria não fosse radical e tivesse promovido o entendimento que tanto anseio.

E os 200 milhões?
O pouco tempo de convivência que o atual presidente tem com o clube e com a Cidade talvez não o permitam lembrar de que quando assumimos em 2000, o Santos FC estava desmoralizado e desacreditado, pois não dispunha de crédito na praça, tinha um CT inacabado, as dependências da Vila estavam deterioradas e há quase duas décadas o clube não conquistava títulos importantes, sendo que o último título expressivo conquistado foi com o meu querido pai, Milton Teixeira, na década de 80. Além disso, tínhamos um elenco com 13 jogadores, uma situação caótica. Bem diferente do legado que deixamos. Apesar disso, em 2000, nunca fiquei reclamando pela imprensa, mas arregacei as mangas e fui fazer o trabalho para o qual fui eleito.

Cumpri à época, a promessa que fiz durante a campanha de montagem de um time competitivo, que recolocasse o Santos na disputa de títulos, o que ocorreu com apenas seis meses de gestão, quando disputamos a final do Paulista de 2000, fato que não acontecia desde 1984. Para ter esse resultado fui buscar jogadores no auge e consagrados. O que hoje chamam de “medalhões”, naquela época eram alguns dos melhores jogadores em atividade no Brasil. Eles foram vitais na recuperação do prestígio do clube e do orgulho dos torcedores. Apesar disso, não deixamos de investir em jovens talentos. Foi também nessa época que contratamos Elano, Renato, Fábio Costa, André Luiz e Alex, dentre outros. Tudo isso estimulando a revelação de promessas da base como Robinho e Diego.

Outra falácia do presidente atual é dizer que eu ofereci jogadores renomados e caros ao Leão quando o contratei em 2002. O próprio Leão, em entrevista recente, desmentiu essas informações esclarecendo que eu lhe disse que a prioridade era o elenco de jovens que estavam no plantel.

Sempre acreditamos que a base do clube é o setor que merece mais prioridade da gestão. O setor era comandado por personalidades como Zito e Formiga, sumariamente demitidos para dar lugar aos cabos eleitorais de campanha ou fundadores do movimento que fazia oposição a minha gestão desde 2001, conforme denúncia publicada no site UOL. Além disso, transformamos um terreno que era um matagal em um moderno Centro de Treinamentos destinado aos times de base. Tudo fruto da minha gestão que estão sendo aproveitados pela atual diretoria, que nenhum mérito têm nisso.

Todo o dinheiro arrecadado com a vitoriosa geração de 2002 foi reinvestido no clube, em melhorias patrimoniais, em valorização da marca e na construção de equipes vitoriosas, como foram os times de 2006 e 2007. Esses recursos foram contabilizados nos balanços patrimoniais e aprovados pelo Conselho Deliberativo nos anos respectivos.

Minha administração sempre se manteve em ação contratando grandes jogadores, como os citados em 2000, assim como os de 2006, visando o planejamento da Libertadores em 2007, quando trouxemos o atleta Zé Roberto. A atual administração além de desmanchar precocemente a equipe que herdou, está anunciando como planejamento da Libertadores do próximo ano reforços como Vitor Hugo, do Santa Cruz-PE, que jogou a quarta divisão do futebol brasileiro.

Como quebrar
A administração de um clube de futebol requer competência e inteligência. A finalidade de um clube é a conquista de títulos. Uma boa gestão deve ser analisada por três vetores: a conquista em campo, a valorização de seus ativos, de seus jogadores e da marca. Foi isso que fizemos em nossa administração.

O presidente fala em dívidas maldosamente, pois esconde os ativos que herdou. Se colocássemos em uma balança os ativos e passivos, podemos ver claramente quem diz a verdade.

A venda de um jogador bastaria para cessar o déficit do clube, que ele afirma que invibializa sua administração, em um discurso demagogo.

Clube de Futebol não é uma instituição financeira que busca apenas lucro. Prova disso é que praticamente todos os clubes do mundo lutam contra déficits em seus balanços e apresentam desequilíbrio financeiro.

Os três últimos anos de minha gestão no clube foram marcados por uma das maiores crises econômicas do mundo. E o Santos resistiu e continuou investindo, sem vender os seus ativos. Graças aos aportes financeiros que realizamos.

Presente de gregoCompromissos de curto prazo fazem parte do cotidiano de um clube e de qualquer empresa. É neste momento que o administrador deve mostrar sua competência e habilidade. Se a pessoa não estiver preparada, perde mesmo o sono. Quisera eu, quando assumi em 2000, ter recebido as condições com as quais deixamos em 2009.

O presidente omite que deixamos para ele administrar valores substanciais referentes à criação do G-4 Paulista e do contrato do mesmo com a Coca-Cola que entraram no clube um dia após sua posse. Valores suficientes para cumprir os compromissos.

Gostaria de saber das promessas eleitorais sobre mirabolantes ações de marketing. Quais os resultados financeiros obtidos com este Departamento? Quais as ações diferenciadas daquelas que já vinham sendo feitas na Administração anterior?

Aos 48 do segundo tempoEstão provadas, mais uma vez, as contradições do atual mandatário do clube. Em entrevistas anteriores, haviam afirmado que o clube antecipou receitas de TV do exercício de 2010. Agora, nesta entrevista, criou outro factóide dizendo ter “abortado” a tentativa de antecipar cotas no Clube dos 13. Afinal, houve ou não a antecipação da receita? Tenho uma certeza: não tentei e não antecipei cotas.

Ele mesmo se desmente de uma forma rápida. É fácil inventar boatos e utilizar a Imprensa para tentar transformá-los em verdade. Assim, cria cortinas de fumaça para desviar a atenção da mídia e dos associados para problemas como a elaboração do novo estatuto, formação do time para o próximo ano.

PatéticoPatético é envolver o nome de meu pai, Milton Teixeira, nesta tentativa rasteira de fugir de suas responsabilidades. Meu pai fez escola no Santos FC. Vem da geração do comendador Modesto Roma, o Gigante da Vila Belmiro. Tenho na imagem de Milton Teixeira o exemplo de amor e dedicação à frente do Peixe. Sempre foi chamado em momentos de crises e de dificuldades e nunca se omitiu em trabalhar pela grandeza do Alvinegro Praiano, deixando legado em sua administração, inclusive com títulos. Milton Teixeira e seu amor pelo clube deram muitas glórias ao Santos FC. Desqualificá-lo é mostrar total falta de respeito às tradições do clube e total desconhecimento da vida e história do Santos.

Onde estavam esses que hoje criticam meu pai de forma leviana, em 1976 e em 1982, quando o clube estava quebrado? Qual era sua participação na vida do clube? Em que ajudaram? Aliás, deveriam freqüentar mais o Memorial das Conquistas, criado em nossa gestão, para conhecer a história do clube, que não começou em 2010.

Segunda divisãoEm sua deliberada miopia, o atual presidente insiste em seu trabalho de denegrir a imagem de nossa gestão. O Santos nunca foi rebaixado em sua história. O atual presidente esquece do trabalho que desenvolvemos durante nosso período no clube, os diversos títulos que conquistamos, a excelente participação nas cinco Libertadores que disputamos, a volta ao cenário internacional, as conquistas pioneiras do futebol feminino e dos esportes olímpicos. Todas essas vitórias, sem falsa modéstia, me colocaram na condição de segundo presidente com mais conquistas na história centenária do clube, superado nada mais, nada menos, por Athié Jorge Coury, presidente por 27 anos ininterruptos.

4 comentários:

  1. Marcelo,perfeito os seus comentários,esses atuais dirigentes podem até ter nascido em Santos, mas não tem raizes em nossa cidade, não conhecem nossas tradições nem as respeitam.
    Somos socios do Santos e temos orgulho disso mas,estamos ficando tristes com esses dirigentes atuais de pensamentos mesquinhos e sem nenhuma religiosidade.

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  2. "Entendo precoces estas vendas, e considero os valores obtidos irrisórios, principalmente o André, que deveria permanecer, no mínimo, para as disputas do Brasileiro deste ano e da Libertadores de 2011."

    Vender porcentagens de neymar e Ganso por quantias irrisoriasé é o que ?

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  3. Lucas, você conhece algum clube brasileiro que tenha 100% dos direitos federativos de uma grande e verdadeira promessa? Claro que não, pois seus empresários já exigem participação significativa qdo do contrato inicial, depois pedem mais participação para estendê-lo, e assim vai. E sempre ameaçando e pressionando os clubes, se não atendidos possuem uma proposta melhor de outro clube (norm/e do exterior). Além disso, muitos jogadores (é o caso do Neymar), vendem essa participação que conseguem, para os "empresários" de plantão. É assim, meu amigo, se a diretoria não for competente, eles escapam. Vamos ver o que acontece com o Gabriel (14 anos).

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  4. Parecem me claros seus argumentos ex-Pres. Marcelo Teixeira. Já se passou um ano (falta mais um) e continuo aguardando o cumprimento (de pelo menos 10%) das promessas de campanha do atual Pres. Luis Álvaro. E os 40mi? Cadê os profissionais especializados? Seriam os remunerados (amigos) que a matéria da UOL já identificou? Enfim, Pres. LAOR vamos trabalhar, equacionar as dívidas, planejar, organizar, etc.. e deixar de nheco nheco.... Vamos trabalhar gente...

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